quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ALERTA ! ! ! (o lixo eletrônico no mundo, contaminando as populações pobres)

O drama do lixo eletrônico


foto: Curtis Palmer
A vida moderna é impensável sem os eletrônicos que invadiram o cotidiano. O número de celulares no mundo, por exemplo, em 2010 deve atingir 5 bilhões de unidades. A razão é boa. A comunicação móvel não trouxe só conforto à classe média, mas ajudou a reduzir a pobreza no mundo. Em lugares distantes, facilita o comércio de produtos e a prestação de serviços de saúde. Nas cidades trouxe agilidade e renda para pequenos prestadores de serviço.
Mas PCs, laptops, celulares, TVs, consoles de joguinhos, tocadores de MP3, só para citar alguns itens, no mundo, geram 40 milhões de toneladas de lixo por ano; quantidade que não para de crescer, pois o consumo sobe e, ao contrário, o ciclo de vida dos produtos é cada vez mais curto. O lixo eletrônico contém metais tóxicos como mercúrio, cádmio e chumbo. Somem-se a eles os chamados Retardantes de Chama Brominados (BRF, em inglês) e o PVC, ambos perigosos tanto para a saúde dos trabalhadores dessas indústrias, como para quem tem contato com seus resíduos.
Boa parte do lixo eletrônico dos países ricos vai parar nos pobres. A cidade de Guiyu, que fica no litoral sul da China, é especializada em desmonte de lixo eletrônico. Em 2007, essa atividade ocupava 8 em cada 10 habitantes. O sistema de desmonte é precário. As placas de circuitos integrados e as carcaças de PCs são derretidas em fogareiros de carvão, liberando resíduos e gases danosos. O solo da região está contaminado com metais pesados, e em um raio de 50 km da cidade, não existem fontes de água potável. O resultado é que os moradores apresentam altíssimos níveis de intoxicação por dioxina — substância que causa câncer — e chumbo. Não perca esse assombroso ensaio fotográfico da revista Time.
Em volume absoluto, segundo relatório da ONU de 2009, o Brasil descarta 2,2 mil toneladas de celulares 96,8 mil toneladas métricas. Com esses números, fica com o segundo lugar no mundo. Nesses dois itens, só perde para a China. Em TVs, fica em terceiro, atrás de México e China.
A reciclagem parece ser a resposta. Mas não é tão simples assim. Uma das maiores fabricantes nacionais de computadores (que preferiu não se identificar), mantém um eficiente centro de reciclagem e tem os seguintes dados sobre o conteúdo reciclável de PCs, notebooks e monitores de tubo que processa — veja tabela abaixo. No entanto, como o desmonte demanda muita mão-de-obra, só consegue ganhar alguma coisa com a reciclagem de PCs de mesa, mas apenas R$0,80 por unidade. Em notebooks perde R$3,90 e nos monitores também sai negativa em R$4,60.
Os eletrônicos, cada vez menores e companheiros, são o símbolo da economia baseada em serviços. São limpos, bem desenhados e elegantes. Facilitam enormemente a nossa vida e ajudam a reduzir a pobreza. Mas, nas nossas costas, geram uma montanha de lixo.
REPRODUÇÃO DO BLOG ECOCIDADES-Matéria e dados de sua responsabilidade.
Postado por: Eduino de Mattos.

Um comentário:

  1. Oi, Eduíno. que bom poder postar um comentário no teu blog!. Esta informação sobre lixo eletrônico é realmente estarrecedora. Vou utilizar na minha sala de aula em momento oportuno. Um abraço
    Ana Zatt

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